O tempo não existe

Tempo

 

Hoje estava vindo pro trabalho e fiquei pensando no tempo, no tanto que damos importância a ele e o tanto que ele sacaneia com a gente. E, contudo, o tempo é algo que não existe, não é tangível, apesar de mensurável. É totalmente abstrato. E não venha me falar que se pode mostrar o tempo nos ponteiros de um relógio ou num calendário, porque isso é apenas uma representação gráfica, um mecanismo feito pelos homens para dar nome e forma ao algoz. E é impressionante como somos escravizados e angustiados pela pressão de fazermos algo antes que o nosso relógio pare de funcionar.

  
Tenho mais indagações sobre o tempo do que tempo para pensar nas respostas. E desde cedo essas questões me consumiam. Filmes sobre viagem no tempo me seduziram sempre – eu era guri e já babava frente à máquina que levava Jack o Estripador para uma Londres contemporânea. Ou noutro filme em que H. G. Wells era apresentado a mim como o inventor dessa máquina. Mais tarde, adolescente, De Volta para o Futuro foi o filme que mais vezes vi no cinema (sim, eu ficava de uma sessão para outra, durante vários dias, viajando com aquelas possibilidades). E, no entanto, viajar e voltar no tempo é apenas um desejo de ver as coisas solucionadas, as possibilidades que não experimentamos mas gostaríamos de ter, ao menos, provado o seu gosto.

A máquina do tempo é a metáfora perfeita para nosso revisionismo particular.

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