De como um acontecimento banal responde uma grande questão da humanidade

Alguns questionamentos sobre a vida, sua finitude ou não, suas razões, seus significados nos acompanham por toda a existência, certamente sem nos deixar respostas ou certezas. Mas algumas vezes, certos acontecimentos nos trazem à luz algumas revelações. E nos compete partilhá-las.

Estive em viagem pelo interior do Pará. Na verdade, pelo litoral norte do estado. Em dado momento fui levado a utilizar o banheiro da casa que me hospedava. Era um cômodo mínimo, sem ventilação ou janela. A única luz que adentrava o ambiente vinha da porta aberta e, quando estava fechada, a lâmpada no teto era a solução, mesmo com o dia claro. Foi num desses momentos de visita ao banheiro que, terminado o serviço exigido pelas minhas entranhas, preparei-me para fazer uso do papel higiênico a fim de… bem, não preciso explicar tanto.

De repente, falta luz. Breu total. Encontrei-me, portanto, em plena e completa escuridão. E com um papel dobrado na mão eu estava prestes a esclarecer uma das mais célebres questões da humanidade: como um cego sabe que terminou de limpar a bunda?

Depois de uma cuidadosa e minuciosa operação, que incluía um método de checagem nada usual para verificação da tarefa almejada, cheguei enfim à conclusão: ele não sabe.